A febre dos bebês reborn no Brasil: por que está causando polêmica e até projetos de lei
- FRANTZ BELONY

- 4 de jul.
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de jul.

Nos últimos meses, uma nova moda tem
chamado atenção no Brasil: os bebês reborn. Eles são bonecos extremamente parecidos com bebês de verdade. Têm peso, cor da pele, veias, cabelo e até cheirinho de recém-nascido.
Mas, o que era para ser um simples hobby de colecionadores ou um carinho de mães que perderam filhos, virou motivo de debate em todo o país. Essa febre se espalhou de tal forma que gerou polêmica, confusão e até projetos de lei.
O que são os bebês reborn?
Os bebês reborn são bonecos feitos à mão, com muitos detalhes. Eles parecem bebês reais. Não são brinquedos comuns. Por isso, são vendidos por valores altos, às vezes passando de R$ 2.000.
Esses bonecos existem há mais de 20 anos em países como os Estados Unidos e a França. No Brasil, só agora eles se tornaram populares, principalmente nas redes sociais.
A bebê reborn polêmica: o que está acontecendo?
A bebê reborn polêmica começou a ganhar força quando vídeos e fotos desses bonecos apareceram em lugares inesperados: em hospitais, no transporte público e até em bancos.
Algumas pessoas confundem os bonecos com bebês reais. Em certos casos, isso gerou pânico. Um exemplo foi de uma mulher que levou seu bebê reborn ao hospital e causou alvoroço entre médicos e enfermeiros que pensaram estar diante de um recém-nascido em risco.
Outros casos mostram mulheres indo ao shopping com carrinhos de bebê, fraldas, mamadeiras e falando com os bonecos como se fossem filhos. Isso dividiu opiniões: para alguns, é uma forma de terapia. Para outros, é exagero ou até um problema emocional.
Por que isso gerou projetos de lei?
A repercussão foi tão grande que políticos começaram a se preocupar. Um dos principais argumentos dos deputados é a confusão que esses bonecos podem causar em situações de emergência.
Imagine uma pessoa desmaiar com um bebê reborn no colo. Os socorristas podem perder tempo achando que é um bebê de verdade.
Por isso, alguns parlamentares sugerem leis para regulamentar o uso dos bonecos em locais públicos. Uma das propostas é exigir que eles estejam sempre com uma pulseira ou crachá que diga: "Isto não é um bebê real".
Outro projeto propõe que, em hospitais e órgãos públicos, o uso de bebês reborn seja proibido, justamente para evitar mal-entendidos.
O lado emocional: carinho, perda e afeto
Por trás da bebê reborn polêmica, existem histórias reais e emocionantes.
Muitas mulheres usam os bonecos para superar traumas, como a perda de um filho ou a solidão. Para essas pessoas, o bebê reborn traz alívio, companhia e até alegria.
Em algumas clínicas, psicólogos recomendam o uso dos reborn para pessoas com depressão, Alzheimer ou ansiedade. Nesses casos, os bonecos ajudam a trazer conforto.
Por outro lado, especialistas alertam que, quando a pessoa confunde fantasia com realidade e abandona o convívio social, é preciso procurar ajuda.
Opiniões divididas nas redes sociais
Nas redes sociais, o assunto divide opiniões.
Algumas pessoas acham lindo, emocionante e respeitam quem tem um bebê reborn. Outras acham assustador e até doentio.
Em vídeos que viralizam no TikTok e no Instagram, é comum ver comentários como:
"É só um boneco! Isso é loucura!"
"Deixa a mulher brincar em paz, é a vida dela!"
"Mais real que muito pai por aí."
A verdade é que cada pessoa enxerga essa prática de uma forma. O problema começa quando isso afeta a vida dos outros — como em lugares públicos ou serviços de emergência.
A arte por trás dos reborn
Além das questões emocionais, também existe um lado artístico.
Os bebês reborn são feitos por artesãos especializados. É um trabalho delicado e cheio de detalhes. Cada fio de cabelo é implantado um por um. A pintura da pele leva camadas e mais camadas para parecer natural.
Há exposições, feiras e eventos dedicados só aos reborn. Muitas mães de verdade compram os bonecos para treinar cuidados com o bebê antes do parto.
Ou seja: nem todo mundo compra por questões emocionais. Às vezes, é por admiração, hobby ou arte.
O que dizem os especialistas?
Psicólogos e médicos têm opiniões variadas sobre o tema.
Alguns acham que o uso do bebê reborn é uma forma saudável de lidar com a dor e as emoções. Especialmente para quem perdeu um filho ou está enfrentando solidão.
Outros alertam que isso pode virar uma fuga da realidade. Se a pessoa deixa de viver sua vida para cuidar de um boneco, pode estar com um problema mais profundo.
O importante, segundo os profissionais, é observar os limites. Ter um reborn por afeto é uma coisa. Deixar de viver por causa dele, é outra.
Bebê reborn e marketing: uma nova onda de consumo
Com a popularidade dos reborn, o mercado começou a crescer.
Hoje em dia, existem lojas só para isso. Vendem roupinhas, fraldas, mamadeiras, carrinhos e acessórios — todos para o boneco.
Influenciadoras criam conteúdos diários mostrando a "rotina de mãe" com seus bebês reborn. Esses vídeos ganham milhares de curtidas e compartilhamentos.
O marketing explora o emocional, o afeto e o drama. E, claro, lucra com isso.
A bebê reborn polêmica está longe de acabar. Por trás de bonecos de olhos brilhantes e pele delicada, existem dores, arte, exageros e até leis.
O debate é necessário, mas precisa ser feito com empatia. É importante entender que, para muitos, esses bonecos significam mais do que podemos imaginar.
Eles podem ser cura, arte, lembrança ou até uma forma de enfrentar a solidão.
O que não pode é deixar de conversar, entender e respeitar. Afinal, por trás de cada reborn, há uma história que merece ser ouvida.
✅ Pontos principais (resumo rápido):
Bebês reborn são bonecos realistas que se parecem com recém-nascidos.
Viraram febre no Brasil, aparecendo em lugares públicos e redes sociais.
Isso gerou polêmica, confusão e até projetos de lei para regular o uso dos bonecos.
Muitos usam os reborn como terapia emocional, outros apenas como hobby.
Há riscos de confusão em hospitais e serviços de emergência.
O tema divide opiniões e mobiliza debates importantes sobre saúde mental e empatia.








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